Putin lamenta o tratamento "sujo" dos russos
O Presidente russo, Vladimir Putin, justifica a invasão da Ucrânia com a preocupação com a alegada opressão da população de língua russa. Agora, o líder do Kremlin está novamente preocupado: desta vez, com o tratamento dado aos russos na Letónia. Apela a uma "correção" nas relações com este país.
O Presidente russo, Vladimir Putin, criticou em termos ameaçadores o tratamento dado pelo Estado báltico da Letónia a uma parte da população russa. "Não acredito que a felicidade chegue àqueles que seguem uma tal política", disse o líder do Kremlin em Moscovo, na segunda-feira. Aqueles que tratam uma parte da sua população - literalmente - como porcos não devem ficar surpreendidos se isso se virar contra eles.
De acordo com a agência estatal TASS, Putin disse isto numa reunião do chamado Conselho Russo dos Direitos Humanos. O conselho, controlado pelo Kremlin, discutiu alterações à lei sobre estrangeiros na Letónia.
Dos cerca de 1,8 milhões de habitantes deste pequeno país da UE e da NATO, cerca de um em cada quatro é de origem russa. No entanto, muitos russos não são cidadãos letões, mas têm o estatuto de não-cidadãos. Na sequência da guerra de agressão russa contra a Ucrânia, a Letónia introduziu testes de língua para estes não cidadãos, a fim de testar os seus conhecimentos quotidianos de letão. Estes cidadãos são ameaçados com a retirada da sua autorização de residência.
Putin apela à "correção" das relações
Putin manifestou a sua compreensão pelo facto de todos os países exigirem que os seus habitantes tenham um conhecimento básico da cultura e da língua. No entanto, afirmou que o estatuto dos não-cidadãos é uma aberração jurídica. Moscovo organizará as suas relações com os países que discriminam os russos em conformidade. Poderia também apoiar os russos no estrangeiro a regressarem à sua pátria histórica. "Se não quiserem partir mas forem expulsos, não podemos fazer nada, mas temos de criar condições adequadas para essas pessoas", afirmou Putin, citado pela TASS. De acordo com o relatório, Putin apelou a uma "correção das nossas relações com os países onde este tipo de coisas está a acontecer".
O Kremlin também justificou a guerra contra a Ucrânia com a alegada opressão da população de língua russa no país vizinho, entre outras coisas. No entanto, uma grande parte da população de língua russa, que tende a viver nas zonas de guerra no leste do país, está a sofrer com o ataque russo.
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Fonte: www.ntv.de