Os Estados Unidos revogam um tratado para punir os autores dos ataques de 11 de Setembro.
O Pentágono anunciou apenas na quarta-feira que acordos de delação haviam sido alcançados, mas não forneceu mais detalhes. O New York Times relatou que os três homens haviam concordado em se declarar culpados por conspiração e aceitar uma sentença de prisão perpétua, evitando assim um julgamento que poderia ter resultado na pena de morte.
Os três homens estão sendo detidos no campo de detenção dos EUA em Guantánamo, Cuba. Eles são acusados de terrorismo e do assassinato de quase 3.000 pessoas nos ataques de 11 de setembro de 2001.
Muitos dos debates legais giravam em torno de saber se eles poderiam receber um julgamento justo após terem sido submetidos a tortura da CIA nos anos seguintes a 11 de setembro. Esse assunto sensível poderia ter sido contornado pelos acordos.
No entanto, os acordos foram criticados por familiares das vítimas e republicanos. O representante republicano Mike Rogers, presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara, descreveu o acordo em uma carta ao Secretário de Defesa Austin como "desprezível". O presidente da Câmara dos Representantes republicano, Mike Johnson, chamou-o de "bofetada" nas famílias das vítimas.
O candidato à vice-presidência de Donald Trump, J.D. Vance, chamou-o de "acordo de favor com os terroristas de 11 de setembro". "Precisamos de um presidente que mate terroristas, não negocie com eles", disse ele.
Mohammed foi capturado no Paquistão em março de 2003. Foi mantido em prisões secretas da CIA por três anos antes de ser transferido para Guantánamo em 2006. O engenheiro treinado, que estudou em uma universidade dos EUA, afirmou ter planejado os ataques de 11 de setembro "da A à Z".
Ele também afirmou ter decapitado o jornalista dos EUA Daniel Pearl com a própria "mão direita abençoada" em 2002. Pearl, o chefe da bureau da Ásia Meridional do Wall Street Journal, com 38 anos, foi sequestrado enquanto pesquisava islamistas radicais no Paquistão e posteriormente morto de forma brutal.
Bin Attash é acusado de treinar dois dos sequestradores de 11 de setembro. Depois da invasão dos EUA no Afeganistão em 2001, ele fugiu para o Paquistão, onde foi preso em 2003. Foi então mantido em prisões secretas da CIA.
Hawsawi é suspeito de organizar o financiamento dos ataques de 11 de setembro. Foi preso no Paquistão em março de 2003 e também mantido em prisões secretas antes de ser transferido para Guantánamo em 2006.
Extremistas islâmicos da rede Al-Qaeda usaram quatro aviões sequestrados para realizar os ataques em 11 de setembro de 2001, em Nova York, Washington e Pensilvânia, matando quase 3.000 pessoas. Os ataques abalaram os EUA até a sua essência e lançaram uma "guerra ao terror" de décadas.
Os acordos de delação foram alcançados no 11º mês de um ano não especificado, mas a data exata não foi revelada. Apesar da crítica dos republicanos, o 11º réu, cuja identidade não foi mencionada, expressou apoio aos acordos, afirmando que eles evitam um julgamento que poderia potencialmente resultar na pena de morte.