O plano eleitoral de Putin e o desaparecimento de Navalny. Não é coincidência, diz ex-ministro russo
A equipa de Navalny afirma que o proeminente político está desaparecido há 17 dias, desconhecendo-se o seu paradeiro atual.
"Hoje Alexey deveria ter tido dois julgamentos. Mais uma vez não foi trazido para as reuniões. Navalny nunca esteve escondido durante tanto tempo", afirmou a equipa de Navalny numa mensagem publicada no Telegram.
A duração sem precedentes da ausência de Navalny da vista do público suscitou preocupações quanto ao seu bem-estar e segurança.
Os assessores de Navalny reafirmaram um pedido de informação, oferecendo uma recompensa em criptomoeda por detalhes completos e confiáveis sobre sua localização ou status atual.
Questionado repetidamente na semana passada sobre a ausência de Navalny, o Kremlin disse aos repórteres que não tinha "nem a intenção nem a capacidade de monitorizar o destino dos prisioneiros e o processo da sua permanência nas instituições relevantes".
"Não é coincidência
Vladimir Milov, ex-vice-ministro russo da Energia e agora conselheiro de Navalny, disse a Richard Quest, da CNN, que o momento do desaparecimento de Navalny "não foi coincidência", observando o anúncio do presidente russo Vladimir Putin de sua intenção de concorrer novamente nas eleições russas em março de 2024 - um movimento que poderia vê-lo manter o poder até pelo menos 2030.
"Penso que se trata de uma tática deliberada. Não é coincidência que Navalny tenha desaparecido exatamente no momento em que foram anunciadas as chamadas eleições presidenciais fictícias e em que Putin anunciou que se ia recandidatar", disse Milov.
"Putin está realmente disposto a mostrar que vai entrar no Kremlin para mais um mandato através da intimidação, da repressão, da pressão sobre a sociedade, e isso é claramente uma chantagem sobre todas as forças da oposição", acrescentou Milov.
Antes da entrevista, a CNN contactou os Serviços Prisionais Russos na sexta-feira, solicitando informações sobre o paradeiro de Navalny.
Milov disse ao Quest na sexta-feira que, apesar de seus esforços para encontrar o paradeiro de Navalny, "até agora, não há resposta".
Milov disse que os seus colegas tiveram de enviar inquéritos formais e por escrito a instituições de detenção na Rússia para solicitar informações sobre o paradeiro de Navalny, um processo que descreveu como "entediante" e "consumidor de tempo e esforço".
"Os meus colegas têm estado a bombardear todas as instituições de detenção conhecidas na Rússia para tentar encontrar Navalny em todo o país", disse Milov.
Acrescentou que receberam respostas, com alguns centros de detenção a confirmarem que Navalny não estava presente nessas instalações.
Disse que outros centros ainda não tinham respondido aos inquéritos, acrescentando que se tratava de um "processo constante".
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Fonte: edition.cnn.com