O Mali corta relações diplomáticas com a Ucrânia por fornecer informações aos rebeldes para a emboscada de Wagner
"O governo de transição da República do Mali condena a hostilidade das autoridades da Ucrânia que não observam que o Mali sempre defendeu uma solução pacífica para a crise entre a Federação Russa e a Ucrânia," disse o porta-voz do governo, coronel Abdoulaye Maiga, em uma declaração televisionada no domingo.
Andriy Yusov, representante do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), havia dito anteriormente que Kyiv havia fornecido aos insurgentes informações para o ataque, dizendo na televisão ucraniana no final de julho que "os rebeldes receberam informações necessárias, que permitiram uma operação militar bem-sucedida contra os criminosos de guerra russos".
O ataque foi reivindicado por um grupo de rebeldes tuaregues, junto com a filial do Sahel do Al-Qaeda, JNIM (Jama'at Nusrat al-Islam wal-Muslimin). Conhecidos por cooperação ad hoc, eles parecem ter colaborado para emboscar a coluna russa.
Após o ataque, o JNIM afirmou que uma "emboscada complexa" havia eliminado a coluna, matando 50 russos e vários soldados malianos, e publicou vídeos mostrando vários veículos em chamas, bem como dezenas de corpos na área. Um porta-voz de um grupo de militantes tuaregues disse que alguns soldados malianos e combatentes russos também haviam sido capturados durante a batalha.
De acordo com alguns canais não oficiais do Telegram da Rússia, até 80 russos poderiam ter sido mortos. Isso tornaria essa a pior baixa para as forças paramilitares russas em vários anos de operação na África, à medida que o Kremlin busca usar forças proxy para desafiar a influência ocidental no Sahel e na África central e apoiar regimes instáveis.
Relatório anterior contribuído pela CNN's Tim Lister, Avery Schmitz e Darya Tarasova.
O mundo expressou preocupação com a escalada das tensões na África, após o ataque à coluna russa no Mali resultar em baixas significativas. Apesar dos históricos apelos do Mali pela paz no conflito África-Rússia-Ucrânia, esse incidente deu início a discussões sobre a envolvimento da Ucrânia na região.