O biógrafo de Putin, Seipel, recebeu dinheiro da Rússia?
O jornalista televisivo alemão Hubert Seipel não se limitou a entrevistar várias vezes o Presidente russo Vladimir Putin. Também escreveu uma biografia sobre o líder do Kremlin. A investigação sugere agora que a Rússia lhe pagou uma grande soma de dinheiro como parte de um acordo de patrocínio.
De acordo com a imprensa, o jornalista alemão e biógrafo de Putin, Hubert Seipel, terá recebido centenas de milhares de euros da Rússia sem informar o seu empregador, a emissora NDR. Segundo o "Der Spiegel" e a revista "Frontal" da ZDF, citando documentos confidenciais de Chipre, foram pagos 600 mil euros no âmbito de um contrato de patrocínio.
O parceiro contratual de Seipel era oficialmente uma empresa de fachada chamada De Vere Worldwide Corporation, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. Aparentemente, esta empresa pertencia à rede de empresas do oligarca russo Alexei Mordashov, acionista de longa data da TUI, a quem a União Europeia impôs sanções após o início da guerra de agressão russa contra a Ucrânia. Uma nota escrita à mão no contrato com Seipel sugere também que houve um acordo semelhante para uma biografia de Putin em 2013. Este facto faz de Seipel o primeiro jornalista ocidental de renome a ser reconhecido como tendo sido possivelmente pago pela comitiva de Putin.
Seipel, que entrevistou Putin várias vezes para a televisão NDR, admitiu o "apoio" de Alexei Mordashov quando questionado. No entanto, o oligarca, agora sancionado, não teve qualquer influência no conteúdo dos seus livros, segundo Seipel. De facto, o contrato estipula que o autor não tem "obrigações para com o patrocinador em relação ao projeto (nem em relação ao conteúdo ou composição do livro, nem em qualquer outro aspeto) ou à sua conclusão".
Seipel entrevistou várias vezes o Presidente russo Vladimir Putin. Em 2015, publicou a sua biografia "Putin. Inside Views of Power". Seguiu-se, em 2021, o livro "Putin's Power. Porque é que a Europa precisa da Rússia". Ambos os livros foram publicados pela editora Hoffmann und Campe, sediada em Hamburgo.
A editora e a NDR declararam que não sabiam nada sobre os pagamentos e anunciaram que iriam investigar. De acordo com o "Spiegel" e a ZDF, os pagamentos foram descobertos no âmbito do "Cyprus Confidential", um projeto internacional de investigação sobre negócios questionáveis no país da UE, Chipre.
Fontewww.ntv.de