Meio tempo no Dubai: a delegação alemã considera que é possível alcançar resoluções ambiciosas em matéria de clima
O facto de o novo fundo para danos climáticos estar operacional e cheio de dinheiro logo no início da conferência trouxe uma "dinâmica positiva às negociações no seu conjunto, logo no início da COP", afirmou Morgan.
A Alemanha e o país anfitrião, os Emirados Árabes Unidos, prometeram, cada um, 100 milhões de dólares (92 milhões de euros) como capital de arranque para o Fundo de Perdas e Danos, no início da conferência, a 30 de novembro. Até à data, já foram efectuados compromissos no valor de mais de 650 milhões de dólares.
As negociações sobre as ajudas financeiras para a proteção do clima e as medidas de adaptação às alterações climáticas nos países em desenvolvimento também estão a ir na direção certa", afirmou Morgan. No entanto, a comunidade internacional deve negociar um "pacote global ambicioso" no Dubai, que inclua também medidas abrangentes para reduzir as emissões globais de gases com efeito de estufa. Todos têm de mostrar uma determinação firme para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, sobretudo o carvão", alertou o enviado para o clima.
De acordo com Morgan, é um "sinal forte" o facto de 123 países terem apoiado o objetivo, também apoiado pela Alemanha e pelos Emirados Árabes Unidos, de triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030 e duplicar a eficiência energética. Trata-se de quase dois terços de todos os países do mundo.
A fixação destes objectivos na decisão da COP "tornou-se tangível ao fim de uma semana", afirmou Morgan. No entanto, os outros países também terão de se comprometer com estes objectivos até ao final da conferência, que está prevista para terça-feira da próxima semana.
As resoluções da Conferência Mundial sobre o Clima devem ser alcançadas por consenso. Mais controverso do que os objectivos para as energias renováveis e a eficiência energética é o compromisso fundamental para a eliminação progressiva de todos os combustíveis fósseis.
Existem "grandes diferenças entre os diferentes países", afirmou Morgan. Flasbarth comentou a forte resistência à eliminação progressiva por parte dos principais países produtores de petróleo e gás, como a Arábia Saudita, afirmando que este é o "último surto do mundo dos combustíveis fósseis".
O Secretário de Estado do Desenvolvimento sublinhou que, após a primeira semana de negociações no Dubai, existem "todas as razões para estar otimista". Não se apercebeu de qualquer "tristeza a médio prazo". O Secretário de Estado do Desenvolvimento sublinhou que, após a primeira semana de negociações no Dubai, há "todas as razões para estar otimista" e que não se sente "triste a médio prazo".
Flasbarth assegurou que a crise orçamental interna não limitará a margem de manobra da Alemanha no Dubai. Afinal, a maioria das promessas alemãs de fundos para a proteção do clima já tinha sido pré-negociada. "Quanto ao resto, chegámos a um acordo com o ministro das Finanças que nos permite fazer as nossas promessas aqui na conferência sobre o clima".
O Secretário de Estado para o Desenvolvimento disse estar "confiante" de que a Alemanha acabará por "se comportar de forma responsável" e que todos compreenderão a importância da política climática durante as negociações orçamentais em Berlim.
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Fonte: www.stern.de