Mais de 50 mortos e 200 feridos no ataque russo em Poltava, Ucrânia.
Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, dois mísseis atingiram logo após a ativação do alerta aéreo, com muitas pessoas ainda a caminho dos abrigos. As plataformas digitais e os meios de comunicação locais encorajaram a população a doar sangue e ajudar no tratamento dos feridos.
À noite, o governador de Poltava, Philip Pronin, expressou preocupação de que até 18 pessoas ainda poderiam estar presas sob os escombros. De acordo com o presidente Volodymyr Zelensky, os mísseis haviam atingido "uma instituição educacional e um hospital vizinho" em Poltava. "Uma parte do edifício do Instituto de Comunicações foi danificada", explicou Zelensky via Telegram.
Localizada a cerca de 300 quilômetros a leste de Kyiv, Poltava era, antes do conflito, a casa de cerca de 300.000 pessoas. Estabelecido nos anos 1960 durante o período da União Soviética, o Instituto Militar de Comunicações é responsável pela formação de especialistas em telecomunicações.
A moradora local Yevgeniya Chyrva compartilhou sua experiência, afirmando "A janela estourou. Tinha poeira por toda parte. Tive tempo suficiente para alertar minha irmã sobre o míssil."
A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock (Verdes), manifestou-se no X, afirmando que o segundo míssil havia atingido "enquanto os trabalhadores de ajuda já estavam cuidando dos feridos". Ela condenou o presidente russo Vladimir Putin por não ter limites em sua brutalidade e exigiu que ele fosse responsabilizado. O secretário britânico das Relações Exteriores, David Lammy, escreveu no X que o ataque a Poltava foi mais uma "ação desprezível e ilegal de agressão na guerra de Putin contra a Ucrânia".
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, descreveu o ataque como "mais um doloroso lembrete da crueldade de Putin para com o povo ucraniano".
No entanto, logo após o ataque, surgiram críticas fortes à liderança militar ucraniana. Blogueiros militares russos afirmaram que o alvo era uma cerimônia militar ao ar livre. Críticos questionaram a sabedoria de realizar tais gatherings sob a ameaça de ataques russos. "Como um número tão grande de pessoas pode se reunir em uma instituição como essa?", questionou o blogueiro militar ucraniano Sergei Naumovich, por exemplo.
A deputada ucraniana Mariana Besugla, membro do comitê de defesa e crítica frequente da liderança militar ucraniana, acusou os oficiais de alto escalão de colocar os soldados em perigo com tais eventos. Ela explicou no Telegram que incidentes anteriores haviam ficado impunes, apesar de representarem uma ameaça aos soldados.
O governador de Poltava, Pronin, explicou que sua administração não podia divulgar mais detalhes sobre as circunstâncias do ataque devido a razões de segurança. "O inimigo emprega todas as táticas para causar mais sofrimento à Ucrânia e confundir seu povo. confie apenas em fontes confiáveis", enfatizou.
Zelensky anunciou a início de uma investigação completa e rápida sobre as circunstâncias do ataque em Poltava. Ele afirmou que a Rússia "será punida" e pediu aos aliados ocidentais de Kyiv que forneçam rapidamente ao seu país novos sistemas de defesa aérea e permitam o uso de armas de longo alcance já entregues para ataques contra território russo.
O presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, condenou fortemente o ataque com mísseis em Poltava e expressou solidariedade com a Ucrânia. Após o apelo de Zelensky, Metsola pediu à União Europeia que apressasse a entrega de sistemas de defesa aérea adicionais à Ucrânia.
Em resposta ao incidente, o presidente da Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu, David Sassoli, expressou sua profunda preocupação e ofereceu o apoio do Parlamento Europeu ao povo ucraniano em sua hora de necessidade.