Lei europeia contra o abuso de crianças em linha: Parlamento Europeu vota contra controlo das conversações
No debate sobre uma lei contra o abuso de crianças na Internet, os eurodeputados votaram contra a interferência em chats encriptados. A Comissão dos Assuntos Internos do Parlamento Europeu concordou, na terça-feira, em Bruxelas, que os conteúdos encriptados de ponta a ponta não podem ser pesquisados. Com esta lei, a UE pretende tomar medidas contra a divulgação de fotografias e vídeos que mostrem abusos sexuais de crianças.
Plataformas da Internet como o Facebook, Instagram ou Snapchat e sítios pornográficos como o Youporn vão ser obrigados a denunciar eventuais abusos e a apagar essas imagens, de acordo com a proposta da Comissão Europeia. Na sequência do anúncio da lei, os defensores da proteção de dados alertaram para a possibilidade de, no futuro, se poderem espiar grandes quantidades de chats encriptados na procura de suspeitos de pedofilia. De acordo com a proposta do Parlamento Europeu, tal não seria possível.
"Conseguimos evitar a vigilância em massa das comunicações privadas no projeto de lei", sublinhou Patrick Breyer, eurodeputado do Partido Pirata, e falou de um "sucesso para as liberdades civis". A decisão do Parlamento Europeu significa que a proposta da Comissão, que era "extremamente controversa por boas razões", foi "virada do avesso", explicou Lena Düpont (CDU), porta-voz da União para os assuntos internos no Parlamento Europeu.
Os eurodeputados de vários grupos políticos saudaram a posição do Parlamento Europeu como um compromisso entre a proteção de dados e a proteção das crianças em linha. O Parlamento Europeu também dá maior ênfase às medidas preventivas e incentiva os utilizadores a denunciarem conteúdos ilegais, explicou Birgit Sippel, porta-voz dos Assuntos Internos do Parlamento Europeu.
Os Estados-Membros da UE ainda não têm uma posição comum sobre o projeto de lei, mas o Governo alemão rejeitou qualquer intervenção nos chats encriptados. É importante "não colocar todos os cidadãos sob suspeita geral", sublinhou recentemente a ministra federal do Interior, Nancy Faeser (SPD).
Fontewww.ntv.de