Governo sudanês concorda em reabrir cruzamento de fronteira para ajuda humanitária
Conselho Soberano do Sudão anunciou que abrirá a passagem de Adre, na fronteira do país com o Chade, por um período de três meses. Foi fechada em fevereiro pelas Forças Armadas do Sudão (FAS), que alegaram que a passagem estava sendo usada para o transporte de armas.
A reabertura da passagem vital ocorre após crescentes pedidos de maior assistência humanitária na região do Darfur do Sudão, à medida que a guerra civil entre as FAS e as Forças de Apoio Rápido (FAR) continua a devastar o país. O Sudão está em um “ponto de quebra”, disse uma agência das Nações Unidas esta semana.
Em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU em 6 de agosto, os Estados Unidos acusaram as FAS de “restringir humanitários do acesso a suprimentos através da passagem crítica de Adre”. Da mesma forma, o Reino Unido disse que as forças armadas estavam “obstruindo a entrega de ajuda ao Darfur, incluindo o fechamento da passagem de Adre, a rota mais direta para a entrega de assistência em grande escala”.
Isso ocorre enquanto “condições de fome são prevalentes” em partes do estado de Norte Darfur do Sudão, incluindo no acampamento de Zamzam - localizado perto da capital do estado El Fasher e lar de cerca de meio milhão de pessoas deslocadas pela guerra civil - de acordo com um relatório da Classificação Integrada da Segurança Alimentar (IPC) lançado em julho.
Mais de 26 milhões de pessoas precisam de assistência no Sudão - mais da metade da população, de acordo com a Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Mais de 10 milhões de pessoas deixaram suas casas desde que a guerra civil começou em abril de 2023, e mais da metade da população enfrenta fome aguda, detalhou a OCHA da ONU.
Na terça-feira, a UNICEF, a agência de crianças da ONU, disse que a crise humanitária do Sudão era “a maior do mundo” para crianças, em números.
“Dezenas de milhares” de crianças sudanesas estão em risco de morte se não for tomada uma ação urgente, alertou o porta-voz da UNICEF, James Elder, em uma breve coletiva de imprensa. “Milhares de crianças foram mortas ou feridas na guerra do Sudão. A violência sexual e o recrutamento estão aumentando. E a situação é ainda pior onde uma presença humanitária contínua permanece negada”, disse Elder.
Esta é uma história em desenvolvimento e será atualizada.
A decisão de reabrir a passagem de Adre pelo Conselho Soberano do Sudão pode auxiliar significativamente os esforços humanitários na África, especialmente na região do Darfur do Sudão. Como mencionado na reunião do Conselho de Segurança da ONU, o fechamento desta passagem vinha dificultando a entrega de suprimentos vitais a uma população de mais de 26 milhões em necessidade, de acordo com a OCHA das Nações Unidas.