Governo de Bangladesh prende milhares de ativistas da oposição
Bangladesh é um dos países mais populosos do mundo e, ainda por cima, um país pobre. Pouco antes das eleições, os problemas estão se formando, e o governo está reprimindo seus críticos. Ativistas e políticos do mais forte partido de oposição acabam nas prisões, que agora estão superlotadas.
De acordo com ativistas de direitos humanos, as autoridades de Bangladesh estão tomando medidas violentas contra os representantes da oposição antes das eleições parlamentares. Quase 10.000 ativistas foram presos, de acordo com a organização Human Rights Watch (HRW). Além disso, vários membros do mais importante partido de oposição, o BNP, estão sendo processados. De acordo com o partido, cerca de metade dos cinco milhões de membros do BNP estão "sujeitos a perseguição por motivos políticos", informou a HRW.
Um dos ativistas disse à HRW que ninguém foi poupado nas prisões, desde o nível de liderança até as bases. De acordo com a organização, as prisões atingiram o dobro de sua capacidade.
As eleições parlamentares em Bangladesh estão marcadas para 7 de janeiro. A oposição vem exigindo a renúncia da chefe de governo Sheikh Hasina, que está no poder com seu partido Awami League desde 2009 e está concorrendo a um quarto mandato, por meio de protestos em massa há meses. A oposição também está exigindo uma votação livre e justa.
Vários mortos durante os protestos
"As autoridades de Bangladesh estão realizando prisões em massa da oposição política" com o objetivo claro de destruir a oposição e "eliminar a concorrência antes das eleições parlamentares", explicou a HRW. O grupo sediado em Nova York falou de uma "violenta repressão autocrática".
Desde a eclosão dos protestos em outubro, pelo menos 16 pessoas foram mortas, incluindo dois policiais, continuou a HRW. Mais de 5.500 pessoas ficaram feridas. A organização de direitos humanos baseou seu relatório em entrevistas com testemunhas, análises de vídeos e relatórios policiais.
O governo de Bangladesh ainda não respondeu ao relatório. A polícia acusa a oposição de incendiar quase 290 veículos, principalmente ônibus, durante greves e bloqueios em todo o país desde o final de outubro.
Fonte: www.ntv.de