Ex-embaixador dos EUA terá espiado para Cuba
Victor Manuel Rocha teve uma carreira impressionante em várias agências norte-americanas durante quatro décadas. Depois, alegadamente, elogiou Cuba e Fidel Castro a um investigador do FBI e falou-lhe das suas actividades de espionagem. O Departamento de Justiça dos EUA anuncia "força total".
Um antigo embaixador dos Estados Unidos na Bolívia terá espiado para Cuba durante 40 anos. O diplomata de carreira Victor Manuel Rocha, atualmente com 73 anos de idade, é acusado de "um dos casos mais abrangentes e mais longos" de infiltração de um agente estrangeiro nas autoridades americanas, declarou o Ministro da Justiça Merrick Garland em Washington. Rocha é acusado de ter apoiado Cuba como agente desde 1981.
De acordo com o Departamento de Justiça, Rocha admitiu as suas actividades de espionagem a um investigador infiltrado do FBI que se fazia passar por agente cubano. Durante os encontros com ele, Rocha comportou-se sistematicamente como um representante de Cuba, referiu-se aos EUA como um "inimigo", falou de Cuba como "nós" e elogiou o falecido chefe de Estado cubano Fidel Castro. O diplomata colombiano descreveu o seu próprio trabalho para Cuba como um "golpe direto".
O diplomata de origem colombiana, posteriormente naturalizado, iniciou a sua carreira no Departamento de Estado norte-americano em 1981 e trabalhou no serviço diplomático dos EUA, nomeadamente em Havana, capital de Cuba. Durante o mandato do Presidente Bill Clinton, Rocha foi membro do Conselho de Segurança Nacional entre 1994 e 1995 e depois embaixador na Bolívia durante o mandato de Clinton e do seu sucessor George W. Bush, entre 2000 e 2002.
"Abusou da confiança dos cidadãos americanos"
Durante o seu mandato, Rocha teve acesso a informações confidenciais e a informações classificadas, segundo o Departamento de Justiça dos EUA. Estava também em posição de influenciar a política externa dos Estados Unidos, segundo o Departamento de Justiça.
Rocha deverá ser presente a um juiz na cidade portuária de Miami, nos Estados Unidos, esta segunda-feira. Rocha enfrenta acusações que incluem conspiração para beneficiar um governo estrangeiro, atuação como agente não autorizado de um governo estrangeiro e obtenção de um passaporte americano sob falsos pretextos.
O Ministro da Justiça, Garland, declarou que qualquer pessoa que, na qualidade de funcionário do governo dos EUA, abuse da confiança dos cidadãos americanos da forma como Rocha o fez está a cometer um crime que a sua autoridade irá tratar "com toda a força".
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Fonte: www.ntv.de