COP28 - Especialistas criticam declaração sobre saúde na conferência sobre o clima
Os especialistas em saúde criticaram a declaração adoptada por vários países na Conferência Mundial sobre o Clima por ser demasiado fraca. "Os combustíveis fósseis nem sequer são mencionados, apesar de serem os principais responsáveis pelas alterações climáticas e, por conseguinte, também pelos efeitos na saúde", afirmou a especialista Jess Beagley, da Climate and Global Health Alliance, uma associação de organizações de saúde de todo o mundo, no Dubai. Outros especialistas também criticaram o anúncio.
A declaração emitida pelo anfitrião da conferência sobre o clima - os Emirados Árabes Unidos - e subscrita por mais de 120 países, tem como objetivo reforçar a investigação e as medidas de prevenção das consequências das alterações climáticas para a saúde - mas as palavras "combustíveis fósseis" ou "eliminação progressiva dos combustíveis fósseis" não constam do texto. A questão de saber se a conferência sobre o clima no país petrolífero conseguirá chegar a um acordo sobre a eliminação global do carvão, do petróleo e do gás é considerada uma das questões mais controversas da conferência sobre o clima.
No Dubai, a Organização Mundial de Saúde e mais de 40 peritos médicos de todo o mundo apelaram a uma eliminação acelerada dos combustíveis fósseis. Os governos nacionais devem também pôr em prática os anúncios que fizeram sobre a proteção do clima.
Os especialistas em saúde alertaram contra "distracções perigosas" como o armazenamento de CO2 ou a geoengenharia, em que alguns países depositam as suas esperanças na luta contra a crise climática. Na realidade, porém, estas tecnologias são consideradas cientificamente controversas, muito dispendiosas e dificilmente escaláveis em grande escala.
"O facto é que a crise climática e a crise sanitária são uma e a mesma coisa", disse o enviado especial dos EUA, John Kerry, no Dubai. "Estão completamente interligadas".
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Fonte: www.stern.de