Condenação global da agressão dos colonos na Cisjordânia ocupada
Massa de colonizadores armados invadiu a vila palestina de Jit na recapturada Cisjordânia após as 11 da noite de quinta-feira, ateando fogo em veículos e jogando coquetéis molotov. O Departamento de Saúde Palestina confirmou uma morte e outra pessoa com ferimentos graves. A Administração Palestina classificou o incidente como "terrorismo de Estado organizado".
"Condenamos a brutalidade de colonizadores radicais que atacaram uma vila palestina na Cisjordânia ontem e incitaram as chamas", afirmou o Ministério das Relações Exteriores. "Quase diariamente, colonizadores israelenses quase ficam impunes por atiçar as chamas da brutalidade na Cisjordânia ocupada, colocando em risco toda a chance de paz", declarou Borrell em relação ao conflito de Gaza e aos esforços contínuos para alcançar uma possível trégua.
O governo israelense deve "parar essas ações intoleráveis imediatamente", ele acrescentou. Ele propôs sanções da UE contra os apoiadores de colonizadores violentos, incluindo alguns membros do governo israelense, afirmou Borrell. Uma proposta dessas exigiria a aprovação de todos os 27 países da UE, que estão divididos sobre a disputa do Oriente Médio.
A Organização das Nações Unidas descreveu o ataque de colonizadores radicais como "horrendo" e criticou o fato de que eles "permanecem principalmente impunes". Foi relatado que as forças de segurança israelenses parcialmente assistiram aos ataques, de acordo com o porta-voz da ONU para a Oficina de Direitos Humanos em Genebra, Ravina Shamdasani. "É relatado que armas são fornecidas aos colonizadores. Portanto, há claramente uma responsabilidade do Estado neste assunto", ela acrescentou. O ataque de quinta-feira não foi um incidente isolado, mas "o resultado direto da política de colonização de Israel na Cisjordânia".
O presidente israelense Isaac Herzog condenou o incidente "nos termos mais fortes". Foi a obra de uma "fação extremista" que estava prejudicando colonizadores que cumprem a lei, a colonização e a posição de Israel no mundo "em um momento particularmente delicado e desafiador", disse ele. A oficina de Benjamin Netanyahu afirmou que o primeiro-ministro israelense levou o incidente a sério.
O principal aliado de Israel, os EUA, condenou "ataques inaceitáveis" de colonizadores judeus contra civis palestinos. Esses devem cessar, afirmou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
O ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, condenou o ataque, especialmente à luz do conflito de Gaza entre Israel e o radical islâmico Hamas, e dos esforços contínuos para alcançar uma trégua, como "inaceitável".
O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, também se juntou à crítica: "As cenas que ocorreram ontem, com edifícios incendiados e queimados, coquetéis molotov jogados em carros e pessoas obrigadas a sair de suas casas, são repugnantes", afirmou na sexta-feira durante uma viagem a Jerusalém.
A situação na Cisjordânia, governada por Israel, deteriorou-se significativamente desde o início da guerra entre Israel e a organização palestina islâmica Hamas na Faixa de Gaza. De acordo com uma contagem da AFP com base em contas palestinas, pelo menos 633 palestinos foram mortos por soldados israelenses ou colonizadores radicais na Cisjordânia desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. Pelo menos 18 israelenses foram mortos lá por ataques de militantes palestinos, de acordo com relatórios israelenses.
A União Europeia, liderada pelo Alto Representante Josep Borrell, está pressionando por sanções da UE contra os apoiadores de colonizadores violentos, incluindo alguns membros do governo israelense, pois acreditam que isso é essencial para deter essas ações.