Com muitas estrelas - o álbum "Rockstar" de Dolly Parton
Dolly Parton grita e o mundo inteiro responde? Sim, foi assim, diz a norte-americana de 77 anos, enquanto fala sobre o seu novo álbum "Rockstar" num hotel chique em Londres, recentemente. A lenda do country gravou um disco com versões cover de algumas das maiores canções rock de todos os tempos - e atraiu para o estúdio um número considerável de artistas originais - todos eles lendas por direito próprio.
O alinhamento é notável: Paul McCartney (81), Ringo Starr (83), Elton John (76), Sting (72), Sheryl Crow (61) e Peter Frampton (73) são apenas a cereja no topo do bolo. Gravou "Let It Be" com os dois ex-Beatles. Elton John convenceu-a a cantar o lendário dueto "Don't Let The Sun Go Down On Me". Ela cantou "Every Breath You Take" com Sting.
Mick Jagger merece um "pontapé no seu rabo magro"
O facto de Mick Jagger não ter cantado "Satisfaction" deveu-se apenas ao facto de o tempo se ter esgotado. Entretanto, o vocalista dos Rolling Stones tinha recebido tanta publicidade devido aos muitos pedidos que merecia "um pontapé no rabo magro", brincou Parton numa entrevista à Agência Alemã de Imprensa. Na realidade, porém, Parton admite que tinha muito medo de ser rejeitada pelas estrelas do rock.
Mas o facto de até artistas de heavy metal como Rob Halford, dos Judas Priest, terem conseguido defender o seu disco é talvez a melhor indicação do quanto a cantora e compositora country é apreciada no mundo do rock. Mas nem tudo no álbum é estritamente rock: ela gravou com a sua afilhada uma versão do êxito "Wrecking Ball" da sua afilhada Miley Cyrus. Com Peter Frampton na sua canção "Baby I Love Your Way".
Curioso álbum de rock
Parton, que fez história na música com canções como "Jolene", "9 to 5" e "I Will Always Love You" e vendeu mais de 100 milhões de discos, depois de ter sido introduzida no Rock & Roll Hall of Fame, decidiu gravar um álbum de rock. Inicialmente, rejeitou a sua nomeação para esta honra. O motivo foi o facto de não a merecer como cantora country. Mais tarde, mudou de ideias - mas queria fazer algo a esse respeito.
Além disso, o seu marido, Carl Dean, com quem está casada há quase 60 anos, é um "tarado do rock'n'roll", diz ela numa entrevista à dpa. O facto de o seu companheiro, que não gosta de publicidade, a ter elogiado pela sua versão de "Stairway to Heaven" dos Led Zeppelin é particularmente importante para ela. "Foi um grande elogio para mim o facto de ele ter gostado, porque eu queria fazê-lo feliz", diz a cantora de 77 anos.
Ela não é apolítica: "Mentiroso, mentiroso, o mundo está a arder"
O resultado é um curioso álbum "Best of Rock" que não será apreciado apenas pelos fãs de Parton. Embora a sua voz volumosa seja mais adequada para as baladas do que para as canções de hard rock. Nove das 32 canções são títulos originais. Estas incluem o single "World On Fire" - uma canção de rock cativante que soa como uma declaração política. Ela canta "Liar, liar, the world's on fire" e é difícil evitar associações com grandes questões políticas, como a nova candidatura presidencial de Donald Trump ou as alterações climáticas.
Isto é invulgar, porque embora Parton seja conhecida por investir grandes somas de dinheiro em causas de caridade - por exemplo, um milhão de dólares (cerca de 930 mil euros) na investigação médica que levou ao desenvolvimento da vacina contra o coronavírus da Moderna - sempre foi apolítica. Por isso, não quer envolver-se na interpretação da letra da sua canção. A cantora disse simplesmente à revista dos sem-abrigo "Big Issue": "Não vou para a rua. Não ando com cartazes. Não sou uma ativista. Não sou uma feminista - e no entanto sou tudo isso".
Fontewww.dpa.com