Conferência Ministerial - Baerbock: Não permitir que a Rússia destrua a OSCE
A ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, apelou aos membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para que se oponham ao bloqueio da Rússia. A cooperação deve ser reforçada, "mesmo que a Rússia tenha colocado obstáculos maciços ao trabalho da OSCE durante o último ano e meio", afirmou a política verde na quinta-feira, à margem da conferência ministerial anual da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), na capital da Macedónia do Norte, Skopje. O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, atribuiu a crise na OSCE exclusivamente ao Ocidente.
Na OSCE, as decisões só podem ser tomadas com o consenso de todos os 57 Estados membros. A política de veto da Rússia impediu a Estónia, Estado báltico da NATO, de assumir a presidência da OSCE em 2024. Só na segunda-feira foi alcançado um acordo diplomático sobre o Estado neutro de Malta. A solução de compromisso deverá ser formalmente aprovada em Skopje.
Baerbock criticou: "O jogo pérfido do governo russo é e foi também destruir organizações que se baseiam na coexistência pacífica e na cooperação com a brutal guerra de agressão contra a Ucrânia". A OSCE defende a segurança de mais de 1,3 mil milhões de pessoas como quase nenhuma outra organização. Baerbock disse: "Salvar a OSCE significa proteger o nosso povo. Essa é a nossa responsabilidade".
Baerbock exigiu que o Presidente russo, Vladimir Putin, ponha imediatamente termo à guerra contra a Ucrânia. "Parem com o sofrimento indescritível que estão a causar a milhões de pessoas", disse. Lavrov não estava presente na sala aquando do discurso de Baerbock. Baerbock criticou o facto de, tal como noutras reuniões, o russo só estar presente na sala "quando ele próprio estava a falar, mas não para ouvir os outros".
Lavrov: a OSCE é um "apêndice" da NATO e da UE
Lavrov deixou claro que, na opinião da Rússia, a crise profunda na OSCE é da responsabilidade exclusiva dos Estados ocidentais. "A OSCE está a tornar-se um apêndice da NATO e da União Europeia. A organização está à beira do abismo", afirmou. A "elite política ocidental" decidiu a favor do alargamento da NATO a leste e, consequentemente, contra a OSCE. Vários delegados de outros países abandonaram a sala durante o discurso de Lavrov. Após o seu discurso, Lavrov também abandonou a sala de conferências.
Os ministros da Ucrânia e dos países bálticos não participam na conferência por causa de Lavrov
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e dos três países bálticos não participaram na reunião em protesto contra a presença de Lavrov. Quase todos os 57 países da OSCE são de opinião que a posição de veto da Rússia e a guerra de agressão russa na Ucrânia são responsáveis pelo facto de a OSCE ter perdido grande parte da sua capacidade de agir como uma plataforma para a paz, a democracia e o diálogo.
Baerbock adverte a Rússia contra o "bloqueio total"
Para manter a capacidade de trabalho da OSCE, Baerbock afirmou que é urgentemente necessário prolongar o mandato da Secretária-Geral Helga Schmid e dos representantes da OSCE para a democracia, a liberdade de imprensa e as minorias. A Rússia, por seu turno, acrescentou: "Se for necessário um compromisso, estamos prontos. Mas os compromissos dos compromissos já não são compromissos, são um bloqueio total". Schmid e os seus três colegas terão de abandonar os seus cargos no início de dezembro, sem qualquer prorrogação.
De acordo com um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Viena, o ministro austríaco dos Negócios Estrangeiros, Alexander Schallenberg, falou com Lavrov sobre o pacote de pessoal à margem da conferência, a pedido da OSCE. A Áustria, na qualidade de país anfitrião da organização, tem uma responsabilidade especial, afirmou.
O Secretário-Geral da OSCE fala da ameaça de falta de fundos
De acordo com o Secretário-Geral Schmid, a OSCE está a debater-se com uma grave falta de fundos. A organização só evitou a insolvência este ano graças aos donativos dos Estados-Membros. Os recursos financeiros "já não são sustentáveis". "Não é possível gerir uma organização desta forma", lamentou Schmid, sem se dirigir diretamente à Rússia. Moscovo também está a bloquear o orçamento da OSCE.
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Fonte: www.stern.de