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Ativistas se preocupam com sua liberdade antes da conferência sobre o clima

Host Dubai muito restritivo

Apesar da grande preocupação, os ativistas não querem desistir de seu protesto na Conferência da....aussiedlerbote.de
Apesar da grande preocupação, os ativistas não querem desistir de seu protesto na Conferência da ONU sobre Mudança Climática..aussiedlerbote.de

Ativistas se preocupam com sua liberdade antes da conferência sobre o clima

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática deste ano está sendo realizada em Dubai. O anfitrião está se gabando de que será o encontro mais "inclusivo" do gênero. No entanto, os ativistas que querem se manifestar no local temem a repressão. A falta de direitos humanos tem sido amplamente criticada.

De acordo com o país anfitrião, os Emirados Árabes Unidos (EAU), a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática em Dubai (COP28) será a conferência climática global mais "inclusiva" de todos os tempos. No entanto, os ativistas de direitos humanos estão aguardando a conferência, que começa na quinta-feira, com inquietação. "Estamos profundamente preocupados com o fato de que as pessoas serão presas", diz Asad Rehman, porta-voz da Climate Justice Coalition. Nos Emirados Árabes Unidos, manifestações não autorizadas e críticas aos que estão no poder podem resultar em penalidades drásticas.

"Também estamos preocupados com a extensão da vigilância. Sabemos que os Emirados Árabes Unidos têm a tecnologia para controlar a comunicação digital", diz Rehman. Os Emirados deram garantias de que os ambientalistas teriam permissão para "se reunir pacificamente" em determinadas áreas do local da conferência - um enorme complexo no meio do deserto - durante a COP28. Mas essa promessa não pode tranquilizar os ativistas.

Qualquer crítica ao país e a suas estruturas é proibida

Os Emirados Árabes Unidos são uma federação autocrática de sete sheikhdoms, sendo Dubai um deles. Todas as declarações que possam provocar agitação social são proibidas. Os insultos, mesmo em particular, podem ser processados. A homossexualidade é ilegal. "Não há partidos políticos nos Emirados, nem sindicatos, nem sociedade civil independente", diz Susann Scherbarth, da organização ambiental alemã BUND.

Em 2020, de acordo com a organização de direitos humanos Human Rights Watch (HWR), um jordaniano que vive nos Emirados foi condenado a dez anos de prisão por criticar a família real e o governo da Jordânia no Facebook. De acordo com a HWR e a Anistia Internacional, pelo menos 64 emiradenses estão na prisão por motivos políticos.

Um dos presos é Ahmed Mansur, considerado o "último defensor dos direitos humanos" dos Emirados e que criticou abertamente os governantes. Ele foi preso em 2017 e condenado a dez anos de prisão no ano seguinte por supostamente espalhar informações falsas em redes on-line e prejudicar a reputação do Estado. "Os Emirados Árabes Unidos reprimiram qualquer tipo de sociedade civil ao prender emiradenses que expressam até mesmo a menor crítica", diz Devin Kenney, da Anistia Internacional.

Os participantes da conferência devem respeitar os "valores da sociedade"

No site das Nações Unidas para a COP28, as diretrizes elaboradas pelo país anfitrião afirmam que as leis locais "proíbem a disseminação (...) de declarações falsas ou difamatórias oralmente ou por meio da mídia social".

Em um documento destinado aos participantes da conferência da comunidade LGBTQ+, "pede-se a todos os visitantes e residentes que respeitem os valores culturais e sociais" do país. Outro documento foi excluído desde então. Nele, os jornalistas foram aconselhados a não publicar nenhuma informação que pudesse "ofender direta ou indiretamente o regime no poder" ou "minar a unidade nacional e a coesão social".

Medo de vigilância telefônica

"Essa não é a primeira vez que uma reunião da COP é realizada em um estado altamente repressivo", diz Kenney. No ano passado, a cúpula do clima foi realizada no Egito, onde manifestantes e críticos do governo são presos repetidamente. No entanto, os Emirados Árabes são "muito mais sofisticados e perfeccionistas" do que o Egito quando se trata de monitorar a sociedade civil, diz Scherbarth. Ela também teme que os telefones dos participantes da COP sejam monitorados.

Este ano, os protestos se limitarão à "zona azul", o local da COP28 pelo qual as Nações Unidas, e não os Emirados, são responsáveis durante a conferência, de 30 de novembro a 12 de dezembro. "Por motivos de segurança, nenhuma ação ou evento da sociedade civil será realizado fora do local", diz Rehman.

No entanto, os ativistas não se absterão de protestar. Eles querem denunciar o tratamento dado aos trabalhadores migrantes, a prisão de ativistas da sociedade civil e a extração maciça de combustíveis fósseis - todos tópicos tabus nos Emirados. "Mas sem direitos humanos, não haverá justiça climática", diz Rehman.

Fonte: www.ntv.de

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