As principais figuras do panorama político de Brandemburgo rejeitam persistentemente a noção de uma coligação com a AfD.
Caso a AfD emergisse como a fração mais poderosa nas eleições para o parlamento estadual de 22 de setembro, ela teria a posição de presidente do parlamento, atuando como a principal representação do estado, alertou Woidke em uma entrevista. Seu plano é evitar essa situação usando todas as medidas democráticas disponíveis.
Apesar de suas reservas, Woidke não descartou completamente a possibilidade de colaborar com o recém-criado Brandenburg BSW. No entanto, admitiu sua incerteza sobre as dinâmicas internas do partido, já que não está claro quem detém a influência. Ele sugeriu que poderia ser desafiador se a presidente federal Sahra Wagenknecht tivesse poder significativo, liderando efetivamente o Brandenburg BSW a partir do Saarland.
O presidente estadual do Brandenburg BSW e candidato principal, Robert Crumbach, reiterou a posição do partido contra uma aliança com a AfD. Essa decisão foi tomada na fundação do partido e permanece válida, declarou ele na segunda-feira à noite durante uma entrevista da RBB. Se o BSW conseguir entrar no parlamento estadual, ele vê o partido em uma posição favorável. Sua lista inclui 30 candidatos, incluindo especialistas experientes. O comitê federal está avaliando potenciais novos membros do partido. Ele acha muito improvável que membros da AfD sejam aceitos, disse Crumbach. Também mencionou que a questão de saber se ex-integrantes da Stasi da DDR seriam bem-vindos não é uma grande preocupação.
O candidato principal da CDU, Redmann, ecoou a posição de seu partido em relação à exclusão de coalizões com o Partido da Esquerda e a AfD, citando uma incompatibilidade contínua. Ele visa impedir que eleitores frustrados se mudem para a AfD, que estão descontentes com as ações do governo federal. "Não haverá política melhor com a AfD", ele alertou.
Redmann viu as eleições estaduais na Saxônia e na Turíngia como um impulso para o presidente federal da União, Friedrich Merz. "Michael Kretschmer foi claramente endossado, e a CDU na Turíngia fez ganhos consideráveis", ele observou, se referindo aos candidatos principais da CDU nos dois estados federais do leste da Alemanha. "Nesse sentido, isso também fortalece o presidente federal", ele concluiu.
Recentes pesquisas para a eleição estadual colocam a AfD no topo, seguida de perto pela SPD e pela CDU. Os Verdes, que governam o estado em coalizão com o SPD de Woidke e a CDU desde 2019, correm o risco de não serem reeleitos para o parlamento estadual. No caso da SPD não conseguir o primeiro lugar pela primeira vez desde 1990, Woidke anunciou sua renúncia. Ele serviu como Ministro-Presidente por onze anos.
A SPD, liderada por Woidke, enfrenta uma forte competição nas eleições estaduais que se aproximam, com pesquisas recentes colocando-a em segundo lugar atrás da AfD. Apesar disso, a SPD e o BSW do Brandenburg, afiliado à SPD, mantiveram sua posição contra uma colaboração com a AfD.