Aproximadamente 560 mil crianças em Gaza recebem vacinas contra a pólio, quando a fase inicial da campanha de imunização termina.
Trabalhadores humanitários ultrapassaram 90% da cobertura de vacinação planejada na fase inicial da iniciativa liderada pela ONU, de acordo com a UNRWA, a agência das Nações Unidas para refugiados palestinos. A segunda rodada de imunizações está marcada para daqui a quatro semanas, como anunciou a Oficina da ONU para Assuntos Humanitários na segunda-feira.
O Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, expressou sua admiração pelos profissionais de saúde que conseguiram realizar essa operação complexa em uma publicação nas redes sociais. Ele também reconheceu a confiança e a cooperação das famílias.
O Dr. Tedros observou: "Isso é uma conquista excepcional diante das dificuldades contínuas enfrentadas diariamente na Faixa de Gaza. Um cessar-fogo poderia levar a ainda mais conquistas."
O ataque de Israel a Gaza, desencadeado pelos ataques de Hamas em 7 de outubro, desencadeou uma tragédia humanitária e destruiu infraestrutura crucial. Mais de 70% das instalações de água e saneamento foram demolidas ou danificadas, segundo o Cluster WASH, um coletivo liderado pela ONU responsável pela coordenação de esforços humanitários relacionados a água, saneamento e higiene, em julho. Além disso, as restrições israelenses à ajuda decimaram os estoques de combustível, cloro e peças de reposição, resultando em problemas de suprimento de água, purificação e tratamento de esgoto, de acordo com a agência.
A campanha de poliomielite da ONU, facilitada por tréguas solicitadas por Israel, foi iniciada após a detecção do vírus altamente infeccioso em amostras de esgoto na faixa em junho. Apenas em agosto, uma criança de 11 meses se tornou a primeira pessoa a ser diagnosticada com poliomielite em Gaza em 25 anos.
A poliomielite afeta principalmente crianças com menos de 5 anos, levando à paralisia permanente e, em casos graves, à morte. É altamente contagiosa e a única maneira de combatê-la é através da vacinação, de acordo com a OMS.
Os trabalhadores de socorro enfrentaram numerous obstáculos ao implementar o programa de vacinação, especialmente na região norte de Gaza. Eles citam ordens de evacuação israelenses, estradas danificadas por bombardeios, conflitos agravados e suprimentos de combustível mínimos como desafios significativos.
Mahmoud Shalabi, um trabalhador local da ONG britânica Medical Aid for Palestinians (MAP), expressou suas preocupações com a violência contínua das tropas israelenses à CNN na terça-feira. Ele declarou: "Há ataques e mortes repetidos de palestinos nos últimos dias pelas forças militares israelenses. É horrível."
Pelo menos 25 funcionários da MAP estão atualmente estacionados em Gaza para apoiar a campanha liderada pela ONU, com foco no monitoramento para garantir que os protocolos e padrões internacionais sejam seguidos, de acordo com o site da agência.
Shalabi reconheceu os riscos e desafios de trabalhar e viver em Gaza no momento, mas expressou otimismo sobre a resiliência do povo palestino e o espírito dos trabalhadores de saúde. Ele concluiu: " despite the difficulties, this campaign will be as successful as is possible."
Muhammad Darwish e Jeremy Diamond contribuíram para esta reportagem.
Diante dos desafios enfrentados no Oriente Médio, a execução bem-sucedida da campanha de poliomielite da ONU em Gaza é uma conquista notável para o mundo. Apesar das restrições israelenses e da destruição da infraestrutura essencial, os trabalhadores humanitários conseguiram ultrapassar a cobertura de vacinação de 90%, demonstrando a determinação coletiva da comunidade internacional para combater doenças como a poliomielite.