A Venezuela mantém o referendo apesar do aviso do Tribunal Internacional de Justiça
A Guiana descreveu o referendo como uma ameaça "existencial" para o país e apelou ao TIJ para impedir a votação. Sem mencionar explicitamente o referendo previsto para domingo, o Tribunal de Haia apelou na sexta-feira à Venezuela para que não tomasse qualquer medida que pusesse em causa a atual situação com a vizinha Guiana. No caso em apreço, existe "um sério risco de que a Venezuela adquira e exerça o controlo e a administração do território em disputa".
O Brasil, potência regional vizinha dos dois países, manifestou "preocupação" com o diferendo entre a Venezuela e a Guiana. Por isso, o Brasil "intensificou" sua presença militar, explicou o Ministério da Defesa em Brasília.
O referendo na Venezuela pretende anular uma decisão tomada por um tribunal arbitral em 1899, que definiu a fronteira com a Guiana - uma antiga colónia britânica e holandesa. Há décadas, a Venezuela reivindica a região de Essequibo, que é administrada pela Guiana e representa mais de dois terços do seu território.
A cobiça aumentou depois que a empresa petrolífera ExxonMobil descobriu um depósito de petróleo na área em 2015. Em outubro deste ano, foi feita outra descoberta significativa de petróleo na região, aumentando as reservas da Guiana para pelo menos dez mil milhões de barris - mais do que as do Kuwait, rico em petróleo, ou dos Emirados Árabes Unidos (EAU).
A pequena Guiana, com uma população de apenas 800.000 habitantes, possui assim as maiores reservas de petróleo per capita do mundo, enquanto a vizinha Venezuela possui as maiores reservas comprovadas de petróleo a nível mundial. No entanto, o país socialista sofre de uma crise económica permanente.
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Fonte: www.stern.de