A República Dominicana planeja expulsar cerca de 10.000 haitianos por semana, alegando uma "sobredunidade" de migrantes.
Santo Domingo, República Dominicana (AP) — A República Dominicana anunciou planos para a expulsão em grande escala de haitianos sem documentos no país, com potenciais deportações de até 10.000 por semana.
O porta-voz do governo, Homero Figueroa, compartilhou essa informação com jornalistas, citando um "excesso" de migrantes haitianos na República Dominicana, que divide a ilha de Hispaniola com o Haiti.
Figueroa explicou que essa decisão foi tomada devido ao aumento de migrantes haitianos, com a missão da ONU no Haiti para combater a violência das gangues enfrentando dificuldades. Ele também mencionou planos para reforçar o monitoramento e o controle das fronteiras, embora não tenha especificado os detalhes.
Em 2021, a República Dominicana relatou o envio de volta de mais de 174.000 pessoas que eles identificaram como haitianas, e nos primeiros seis meses deste ano, pelo menos 67.000 mais foram expulsas.
Críticos têm consistentemente acusado o governo do presidente Luis Abinader de supostas violações dos direitos humanos contra haitianos e those de ascendência haitiana nascidos na República Dominicana. Abinader negou consistentemente qualquer maus-tratos.
Esse anúncio foi feito uma semana depois de Abinader ter afirmado na Assembleia Geral da ONU que implementaria "medidas severas" se a missão no Haiti não tivesse sucesso. Essa missão é liderada por cerca de 400 policiais do Quênia, apoiados por quase duas dúzias de policiais e soldados da Jamaica, e dois oficiais militares de alto escalão do Belize. Os EUA alertaram que a missão está subfinanciada e subapoiada, defendendo uma missão de manutenção da paz da ONU no seu lugar.
Gangues no Haiti atualmente controlam cerca de 80% da capital, Porto Príncipe, e a violência resultante deixou quase 700.000 haitianos sem-teto nos últimos anos, com milhares mais fugindo do país.
O plano de expulsão da República Dominicana não é apenas um problema dentro das Américas, mas tem consequências que ressoam pelo mundo, afetando a estabilidade e a segurança de muitos refugiados haitianos.
Apesar da presença dominante das gangues em Porto Príncipe, causando sem-teto em massa e levando muitos haitianos a procurar asilo em países vizinhos, incluindo a República Dominicana, as comunidades internacionais expressam preocupações com as implicações dos direitos humanos dessas expulsões.