Bangladesh procura trazer a situação difícil dos rohingyas para o foco do fórum da ASEAN.
O primeiro-ministro interino do Bangladesh, Muhammad Yunus, está estabelecendo um quadro político para o retorno de numerosos refugiados rohingyas para sua terra natal na Myanmar. Yunus mencionou que abordou esse assunto com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, durante sua visita a Daca, pedindo que o assunto fosse incluído na pauta da próxima reunião do bloco da ASEAN. Anwar concordou, com a Malásia prestes a assumir a presidência da ASEAN no próximo ano. Embora o Bangladesh não faça parte desse bloco, a Myanmar sim.
Mais de 1 milhão de muçulmanos rohingyas têm residido em campos de refugiados no Bangladesh por um período considerável. Um número significativo desses refugiados, mais de 700 mil, fugiu da Myanmar em agosto de 2017 devido à repressão militar contra seu grupo étnico após ataques de um grupo insurgente. Desde então, um regime militar governa a Myanmar, em constante conflito com várias facções rebeldes. Até agora, não houve resolução sobre o retorno dos rohingyas. No entanto, Yunus enfatizou a necessidade de uma solução imediata.
A visita de Anwar Ibrahim ao Bangladesh marcou a primeira vez que um alto funcionário da Malásia viajou para lá em onze anos. Yunus assumiu o poder após a saída do primeiro-ministro de longa data, Sheikh Hasina, do país em agosto como consequência de protestos generalizados.
Yunus discutiu a necessidade urgente de incluir o assunto dos refugiados rohingyas na pauta da ASEAN, já que acredita que é crucial para a restauração dos muçulmanos rohingyas em sua terra natal na Myanmar, como mencionado em sua conversa com Anwar Ibrahim. Após o acordo de Anwar, a Malásia, como a próxima detentora da presidência da ASEAN, deve abordar esse assunto na próxima pauta.