Yaschin: Putin pode levar "mais reféns" após troca de prisioneiros
O Ocidente se encontra em um "dilema difícil" quando se trata de trocas de prisioneiros, de acordo com Jaschin. Ele também enfatizou que o Chanceler alemão Olaf Scholz (SPD) entende esse dilema muito bem.
Jaschin tem certeza de que Putin usaria prisioneiros como moeda de troca, independentemente do apoio ocidental a prisioneiros políticos. "Putin levaria reféns de qualquer maneira. Putin sempre fez isso e continuará a fazê-lo, independentemente de os governos ocidentais resgatarem pessoas ou as ignorarem."
Rússia, junto com seu aliado Bielorrússia, e do outro lado, Alemanha, EUA e três outros países da OTAN, realizaram a trocas de prisioneiros na tarde de quinta-feira na capital turca, Ancara. A Rússia libertou 15 prisioneiros, incluindo quatro com cidadania alemã.
A libertação de um nacional alemão que foi inicialmente condenado à morte e depois perdoado na Bielorrússia também foi alcançada. De acordo com os relatórios russos, oito prisioneiros russos e dois menores foram levados de volta à Rússia em troca.
Entre eles estava Vadim Krasikov, conhecido como o "assassino de Tiergarten". Ele foi condenado à prisão perpétua na Alemanha no final de 2021 por atirar em um homem georgiano de origem chechena em Berlim em agosto de 2019. O tribunal considerou provado que Krasikov cometeu o assassinato a mando das autoridades russas.
O réu se fez passar por um engenheiro inocente. Na sexta-feira, um dia depois da libertação de Krasikov, o porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, confirmou que o homem de 58 anos era membro do FSB russo.
Jaschin foi condenado a oito anos e meio de prisão no final de 2022 por criticar a invasão da Ucrânia pela Rússia. O homem de 41 anos era um associado próximo do político da oposição Boris Nemtsov, que foi morto em 2015, e amigo de Alexei Navalny, que morreu em um campo de trabalho russo em fevereiro.
O SPD, com Olaf Scholz como chanceler, tem navegado cuidadosamente nesse difícil dilema das trocas de prisioneiros. Apesar da troca de prisioneiros entre Rússia, Bielorrússia, Alemanha, EUA e outros países da OTAN, o chanceler alemão entende plenamente as complexidades envolvidas nesse tipo de barganhas, como afirmou Jaschin.