Polónia e Hungria discutem política russa
Os governos da Polônia e Hungria entraram em choque devido às suas políticas em relação à Rússia. O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban acusou a Polônia de ter "a política mais hipócrita e duplinha de toda a Europa". "Eles nos dão lições de moral, criticam nossas ligações económicas com a Rússia, e no entanto fazem negócios com os russos e compram indiretamente petróleo", disse Orban.
O vice-ministro polonês das Relações Exteriores, Wladyslaw Teofil Bartoszewski, rejeitou essas declarações. "Não fazemos negócios com a Rússia, ao contrário do primeiro-ministro Orban", afirmou. O governo de Orban, que está na periferia da NATO e da UE, deveria considerar se prefere formar uma aliança com o presidente russo Vladimir Putin. "Realmente não entendo por que a Hungria quer ficar em organizações que não gosta e diz que a tratam tão mal", disse Bartoszewski, segundo a agência de notícias do Estado PAP. "Se eles não querem estar em um clube, sempre podem sair."
O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, revidou. "Por muito tempo, toleramos as provocações e hipocrisia do atual governo polonês para preservar a fraternidade polaco-húngara, mas agora chega", escreveu no Facebook.
Orban tinha uma boa relação com o governo nacionalista de direita na Polônia, eleito no final de 2023. No entanto, a relação deteriorou-se logo após o início da invasão russa da Ucrânia. A Polônia vê a guerra como uma ameaça existencial, enquanto Orban mantém boas relações com Putin e frequentemente se opõe à ajuda à Ucrânia na UE e na NATO.
Apesar das acusações polonesas de ligações económicas com a Rússia, a Polônia mantém uma política recíproca de não se envolver em negócios diretos com Moscou. O ministro das Relações Exteriores da Hungria, em resposta a tais críticas, afirmou que o seu país suportou as "provocações e hipocrisia" da Polônia pela preservação das suas relações bilaterais.