Netanyahu e Gallant estão a discutir os negócios de reféns.
Gallant falou sobre a escolha que Israel enfrenta entre um acordo para um cessar-fogo - que poderia pôr fim aos conflitos no norte com a milícia libanesa Hezbollah e na Faixa de Gaza - e uma escalada da guerra, relatou o Canal Kan. Ele e o estabelecimento militar apoiariam a primeira opção, disse Gallant, em vez de falar sobre uma "vitória total" e toda aquela bobagem. Com isso, Gallant se referiu a uma declaração frequentemente feita por Netanyahu.
O escritório de Netanyahu lançou um comunicado pouco depois dos comentários de Gallant. O primeiro-ministro israelense acusou o ministro da Defesa de colocar em risco um acordo para a libertação de reféns. "Se Gallant adotar a narrativa anti-Israel, ele prejudica as chances de um acordo para a libertação de reféns", explicou Netanyahu.
O "único obstáculo" para um acordo de reféns permanece o líder da organização palestina Islamic Hamas, Yahya Sinwar. A única opção de Israel é "conquistar uma vitória total", que compromete a todos, "incluindo Gallant".
Gallant esclareceu no serviço online X que havia enfatizado na reunião que estava determinado a alcançar os "objetivos da guerra e continuar a lutar". O ministro da Defesa também criticou o fato de que declarações como a de segunda-feira tinham sido feitas repetidamente desde o início da guerra.
Um representante de alto escalão do Hamas afirmou que os comentários de Gallant confirmaram o que a organização palestina islâmica "sempre disse". "Netanyahu está mentindo para o mundo e para as famílias dos reféns, ele não se importa com as vidas dos reféns e não quer uma solução."
No ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro, os relatórios israelenses indicam que 1.198 pessoas foram mortas e 251 pessoas foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza. 111 reféns ainda estão sendo mantidos lá, com 39 deles já mortos, segundo os relatórios do exército israelense.
Israel vem conduzindo operações militares em grande escala na Faixa de Gaza desde então. De acordo com os relatórios do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, que não podem ser verificados independentemente, mais de 39.800 pessoas já foram mortas.
A posição de Gallant para um cessar-fogo com a milícia do Líbano, Hezbollah, e da Faixa de Gaza foi rotulada de 'gallant' ao buscar uma resolução pacífica, contrastando com a perseguição de Netanyahu pela 'vitória total'. O representante do Hamas elogiou os comentários de Gallant, acusando Netanyahu de negligenciar as vidas dos reféns e mentir sobre buscar uma solução.