Depois da farsa da abertura: a Fórmula 1 ameaça com repercussões legais
Após a farsa da sessão de treinos de abertura em Las Vegas, a Fórmula 1 está a enfrentar problemas legais. Como noticiado pela ESPN, o escritório de advogados Dimopoulos, juntamente com a JK Legal & Consulting, apresentou uma ação colectiva contra o organizador do Grande Prémio no Tribunal Federal do Nevada.
Os dois escritórios de advogados intentaram a ação em nome de 35.000 adeptos que tinham comprado bilhetes para o dia de abertura. A primeira sessão de treinos livres foi cancelada ao fim de apenas 19 minutos devido a uma tampa defeituosa de um poço de água no asfalto. Posteriormente, todas as tampas dos poços de água em toda a pista tiveram de ser removidas e preenchidas com areia e alcatrão. Os pilotos só puderam participar na segunda sessão após um atraso de duas horas e meia na sequência de inspecções e reparações no asfalto.
Os vales de mercadorias são uma compensação suficiente?
"Todo o processo, desde a identificação do problema até à sua reparação, demorou cerca de cinco horas", declarou o diretor-geral da Fórmula 1, Stefano Domenicali, e o organizador da corrida, Renee Wilm. No início da segunda sessão, as zonas reservadas aos adeptos já tinham sido desimpedidas pelo organizador. O organizador justificou esta medida essencialmente com a saúde e a segurança dos empregados.
O organizador ofereceu então vales no valor de 200 dólares (pouco mais de 180 euros) a todos os adeptos que só tinham bilhete para o dia de abertura. No entanto, esta forma de compensação não se aplicava aos que tinham comprado bilhetes para os três dias de corrida. Um bilhete para um dia custa várias centenas de dólares.
Pedido: 30 000 dólares de indemnização por espetador
"Defenderemos os direitos dos adeptos que percorreram grandes distâncias e pagaram uma pequena fortuna, mas que foram privados da experiência", declarou Steve Dimopoulos, do escritório de advogados com o mesmo nome. A empresa reclama uma média de cerca de 30.000 dólares de indemnização por cada espetador.
De acordo com a ESPN, a Liberty Media, detentora dos direitos de transmissão da Fórmula 1 e organizadora do Grande Prémio, é citada na ação colectiva. "Não podemos comentar sobre litígios. O nosso objetivo é proporcionar aos nossos fãs uma experiência de entretenimento num ambiente seguro, que é sempre a nossa principal prioridade", afirmou um porta-voz do Grande Prémio.
A Fórmula 1 faz uma tentativa de explicação
Numa declaração, a Fórmula 1 pediu a compreensão dos fãs descontentes para as suas acções. Tiveram de "ponderar muitos interesses", "incluindo a segurança de todos os participantes e a experiência dos fãs durante todo o fim de semana de corrida".
Os organizadores e a realeza do desporto automóvel concluíram a sua declaração observando que toda a gente já esteve em eventos como concertos ou outras corridas de Fórmula 1 "que foram cancelados devido a factores como o tempo ou questões técnicas. Acontece e esperamos que as pessoas compreendam".
Fontewww.dpa.com