- Chefe da OEA pede indiciamento e mandado de prisão para Maduro
O Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, apresentará um pedido ao Tribunal Penal Internacional em Haia para um mandado de prisão contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. "Chegou a hora da justiça", disse ele na quarta-feira (horário local) durante uma reunião de emergência da organização em Washington.
Almagro responsabilizou o líder autoritário da Venezuela pela violência que se seguiu à eleição controversa de domingo, na qual Maduro foi declarado vencedor apesar das alegações de fraude. Várias pessoas morreram nos protestos, de acordo com organizações independentes.
Antes da eleição, Maduro havia alertado para um banho de sangue e uma guerra civil no país da América do Sul se não fosse reeleito. É irônico que Maduro esteja agora levando a cabo esse banho de sangue, disse Almagro. Ele falou de intenção, engano e crueldade.
"Chegou a hora de apresentar acusações e solicitar um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra os principais responsáveis, incluindo Maduro", escreveu Almagro na plataforma X. "Apresentaremos essa acusação com um pedido de mandado de prisão", disse ele também na reunião em Washington.
O Tribunal Penal Internacional vem investigando o governo de Maduro há anos por alegadas crimes contra a humanidade no país. O governo em Caracas rejeita as acusações.
A OEA não conseguiu encontrar uma linha comum na reunião de emergência. Uma resolução que pedia, entre outras coisas, a publicação de resultados eleitorais detalhados e a garantia da liberdade de assembleia não recebeu a maioria dos votos. Dezessete estados membros votaram a favor, onze se abstiveram e cinco outros países não enviaram um representante à reunião em Washington.
Fundada em 1948, a OEA, com sede em Washington, deveria fortalecer a paz no continente americano, de acordo com seu estatuto. No entanto, há tensões dentro da organização de tempos em tempos. O governo de Maduro declarou unilateralmente a retirada da Venezuela da organização anos atrás e acusou-a de servir "imperialismo".
Os Estados Unidos, como estado membro da Organização dos Estados Americanos (OEA), não votaram a favor da resolução que pedia a publicação de resultados eleitorais e a garantia da liberdade de assembleia na Venezuela. Os Estados Unidos, como vários outros países, não enviaram um representante à reunião de emergência em Washington.