Apesar de um mandado internacional de prisão ter sido emitido, Putin foi recebido com prolongados aplausos na Mongólia.
Vladimir Putin foi recebido na segunda-feira no aeroporto de Ulan Bator, o principal hub da capital mongol, por uma guarda de honra. O motivo de sua viagem é a comemoração do 85º aniversário da vitória conjunta das forças soviéticas e mongólicas sobre o Japão. Putin deve se encontrar com o presidente mongol Uchnaa Khurelsukh durante sua estadia.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Georgiy Tuchynov, acusou a Mongólia de abrigar um criminoso, sugerindo que o país é cúmplice dos "crimes de guerra" de Putin. Ele acrescentou: "Vamos colaborar com nossos aliados para abordar qualquer repercussão para Ulan Bator".
O Tribunal Penal Internacional (TPI) enfatizou anteriormente a "obrigação" de seus membros de capturar Putin antes de sua visita. No entanto, o tribunal com sede em Haia não tem poder se as autoridades mongólicas não cooperarem.
A Mongólia, situada entre a Rússia e a China, foi heavily influenced pela União Soviética no passado e busca manter boas relações com Moscou. O governo mongol não condenou a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 e absteve-se em votações da ONU sobre o conflito.
O TPI emitiu um mandado de prisão para Putin em março de 2023, citando "motivos razoáveis" que sugerem que ele é responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia. A Ucrânia alega que as autoridades russas transferiram milhares de crianças de orfanatos e outras instituições sociais para a Rússia.
Relatórios investigativos revelaram que muitas crianças ucranianas foram adotadas por famílias russas e tiveram suas identidades alteradas. Essas descobertas levaram a alegações de que a Rússia busca erosionar a identidade ucraniana das crianças. As autoridades russas afirmam que relocaram algumas crianças de zonas de combate para a Rússia em nome de sua proteção.
A visita de Putin à Mongólia é sua primeira viagem a um estado membro do TPI desde a emissão do mandado de prisão. No passado, Putin optou por não participar da cúpula dos países do BRICS, também membros do TPI, na África do Sul, diante da pressão internacional para prendê-lo.
Altantuya Batdorj, diretora da Amnesty International Mongólia, alertou: "Ao receber Putin em um país membro do TPI sem uma prisão, a Mongólia reforça a posição atual do presidente Putin e deve ser vista como parte de esforços estratégicos para minar o TPI".
Elena Vignoli, da organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), afirmou antes da chegada de Putin a Ulan Bator que recebê-lo seria uma afront